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2013/08/27

PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EM PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME[1]
Dyessika Monteiro Vicente *
Jeffchandler Belém de Oliveira**


RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica que busca compendiar o conhecimento produzido sobre a Anemia Falciforme. Esta revisão teve como objetivo salientar as principais manifestações clínicas acometidas aos portadores da doença falciforme bem como o diagnóstico laboratorial. O levantamento bibliográfico foi realizado através de bases de dados virtuais em saúde como SCIELO, MEDLINE, BIREME, PUBMED, livros, artigos, publicações em revistas cientificas, dissertações, com ênfase nos artigos de revisão. Este estudo identificou que a Anemia Falciforme é caracterizada como uma doença de caráter genético prevalente principalmente na população negroide, originada por uma mutação no cromossomo 11, tal mutação faz com que os eritrócitos fiquem com um formato característico que se assemelha a uma foice. Os glóbulos vermelhos em forma de foice não circulam adequadamente na microcirculação resultando na obstrução do fluxo sanguíneo capilar e na destruição do eritrócito, todo esse mecanismo acarreta várias manifestações clínicas como anemia grave, astenia, hiperbilirrubinemia crônica e principalmente as crises vaso oclusivas. O diagnóstico laboratorial diferencial em portadores de anemia falciforme além de concretizar com precisão o resultado, possibilita a promoção de uma boa condição de vida a seus portadores, buscando amenizar as manifestações clinicas decorrentes dessa doença, bem como o aconselhamento genético, visando minimizar o aparecimento de novos portadores do traço e doença falciforme.

Palavras-Chaves: Anemia falciforme. Manifestações clínicas. Diagnóstico.


1.  INTRODUÇÃO


Hoje em dia as hemoglobinopatias são comumente encontradas na população de modo geral, entre elas destaca-se a Anemia Falciforme, prevalente em todo Brasil e principalmente na progênie negra, estima-se haver atualmente 25 a 30 mil portadores da doença e cerca de 3.500 novos casos ao ano (ROBERT et al, 2010).
Tal alteração fisiológica trata-se de uma doença de caráter genético originada por uma mutação no cromossomo 11, essa mutação ocasionará o surgimento de uma hemoglobina patológica a hemoglobina S, criada a partir da troca do aminoácido ácido glutâmico pela valina no sexto códon de cadeia β (NETO; PINTOMBEIRA, 2002). Fazendo com que os eritrócitos quando há diminuição da saturação de oxigênio, fiquem com um formato característico que se assemelha a uma foice, daí o nome falciforme (NUZZO; FONSECA, 2004).
O afoiçamento dos eritrócitos corresponde a um fenômeno reversível, pois com a oxigenação a HbS retrocede ao estado despolimerizado. Contudo, após repetidos acontecimentos de afoiçamento e “desfoiçamento” ocorre lesão na membrana e as células tornam-se irreversivelmente afoiçadas (GOÉS et al; 2004). 
Os eritrócitos falcizados aglomeram-se no interior dos capilares sanguíneos, causando assoreamento parcial ou total da luz vascular, o que acarretará os vários sinais e sintomas clínicos como a anemia grave, complicações vaso-oclusivas, astenia, crises dolorosas, hiperbilirrubinemia crônica, sendo a crise oclusiva o principal deles. As crises oclusivas representam eventos de agravo hipóxico e infarto, resultantes da obstrução dos capilares desencadeando as manifestações clínicas da doença como: sequestro esplênico, síndrome torácica aguda, priapismo, lesões osteoarticulares, complicações neurológicas, complicações oftalmológicas entre outras (ROBERT et al; 2010).

O diagnóstico laboratorial da anemia falciforme é feito principalmente através de eletroforese de hemoglobina, exames menos complexos como o hemograma completo e teste de solubilidade  auxiliam no diagnostico servindo como testes complementares. Contudo o diagnostico diferencial é realizado principalmente pela focalização isoelétrica e pela HPLC cromatografia liquida de alta performace. (NUZZO; FONSECA, 2004). Neste ensaio pode-se visualizar as alterações decorrentes da anemia falciforme. Outra possibilidade de confirmação e dada pelo diagnóstico por imagem onde observa-se a osteonecrose e o infarto ósseo, principais manifestações ósseas descritas na doença, observadas já na faixa etária de 6 meses aos dois anos, época em que ocorre a chamada síndrome de mão-pé (LORENZZI, 1999).
Por se tratar de uma doença onde se desconhece a cura, o tratamento rotineiro para portadores das síndromes falciforme tem sido meramente de suporte, buscando melhorar sua condição de vida e amenizar os sinais e sintomas da doença, baseando-se na hidratação, no combate a dor e a oxigenoterapia (LORENZZI, 1999).
O aconselhamento genético é de grande importância para a conscientização de doentes falcêmicos, com a finalidade de ajudar as pessoas a resolverem seus problemas no campo de hereditariedade, o processo de aconselhamento tem por desígnio ajudar a compreensão de como a herança genética contribui para a doença e o risco de recorrência para parentes específicos (filhos), envolvendo aspectos educacionais e reprodutivos. Cabendo aos indivíduos a decisão de sua vida reprodutiva (GUIMARÃES; COELHO, 2010).
Este trabalho tem por objetivo informar e conscientizar a população sobre a anemia falciforme, através da definição da doença, evidenciando as principais manifestações clínicas acometidas por portadores da doença falciforme e relatando sobre o diagnóstico laboratorial.


2.  METODOLOGIA


O estudo foi feito por meio de pesquisa bibliográfica, com levantamentos de dados através de livros, artigos, publicações em revistas cientificas, dissertações. A pesquisa bibliográfica terá uma abordagem metodológica, através do método exploratório, proporcionando maior conhecimento sobre o tema anemia falciforme, uma vez que a pesquisa qualitativa exploratória facilita a compreensão do assunto e permite o aprofundamento do conhecimento relativo aos aspectos considerados relevantes sobre a anemia falciforme. Após a definição do tema, foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, como BIREME, MEDLINE e SCIELO, posteriormente os resultados obtidos foram discutidos e analisados para a construção do artigo final do trabalho de conclusão de curso.
3.  REFERENCIAL TEÓRICO


3.1.       CARACTERIZAÇÃO DA ANEMIA FALCIFORME


3.1.1.   Histórico da Anemia Falciforme


A Anemia Falciforme foi conceituada primeiramente pelo médico de Chicago Dr. James Herrick em 1910, através da monitorização e estudo do sangue de um universitário negro de medicina com anemia severa, tal evento possibilitou a observação dos eritrócitos em formato de “foice” quando o sangue era deixado em temperatura ambiente por vários dias. Em 1927 Hahn e Gillespie descreveram que a transformação das células falciformes ocorrem pela resposta á queda da tensão de oxigênio. Posteriormente Neel e Beer esclareceram os aspectos genéticos da anemia falciforme conceituando o traço e a doença falciforme (PERIN et al, 2000).


3.1.2.   Conceituando a Anemia Falciforme


Há inúmeros estudos que discutem sobre as diferentes anemias, entretanto a anemia falciforme é uma doença monogênica, causada pela mutação no gene de globina β (HBB,Glu6Val), onde ocorre a troca do ácido glutâmico pela valina na posição 6 da extremidade N-terminal na cadeia β. Essa mudança resulta na hemoglobina S (Hbs), em grande quantidade desta hemoglobina, ou em condições de hipóxia, ocasiona a diminuição na solubilidade sanguínea com formação de estruturas polimerizadas, o que leva a falcização dos eritrócitos ocasionando a acentuada elevação da viscosidade sanguínea (FIGUEREDO, 2007).
O eritrócito normal se caracteriza por ser uma célula bicôncava, discóide e flexível para realizar com eficácia as trocas gasosas e a permeabilidade da água e compostos iônicos, tendo sua vida média em 120 dias. Os eritrócitos falcizados se condensam em estruturas afoiçadas induzidas pela polimerização das moléculas de deoxi-Hb S, amortizando drasticamente seu tempo de vida para 7 a 25 dias (HOLSBACH et al, 2010).
  De maneira geral, a anemia falciforme é uma grave anemia hemolítica com icterícia (bilirrubina indireta entre 2 e 6 mg/dl), policromatrose 4+ e riticulócitos >15%.Presença de leptócitos, corpos de Howell Jolly,  RDW alto e eritroblasto, presença de drepanócitos que caracterizam a patologia (NAOUM, 2000).


3.1.3.   Aspectos genéticos e moleculares da hemoglobina SS


Caracterizada como uma proteína respiratória presente no interior dos eritrócitos a hemoglobina normal tem como função principal o transporte de oxigênio por todo organismo, sua molécula é formada pela globina que corresponde a parte proteica e pelo grupamento heme que corresponde ao grupo prostético (HOLSBACH et al; 2010). A hemoglobina é descrita como um tetrâmetro de quatro cadeias de globina que envolve dois pares de cadeias análogas cada um deles com o seu próprio agrupamento heme. (GOÉS et al; 2004). Sua estrutura é uma proteína esferoide, globular, formada por quatro subunidades, compostas de dois pares de cadeias globínicas, polipeptídicas o par de cadeias alfa e o par de cadeias não alfa, sua estrutura é quimicamente acoplada a um núcleo prostético de ferro, que detém a característica de receber, ligar e/ou liberar oxigênio nos tecidos (NETO; PINTOMBEIRA, 2002).
A hemoglobina A (HbA) é constituída por duas cadeias α e duas cadeias β, sintetizadas por genes situados nos cromossomos 16 e 11.Cada cadeia β possui 146 aminoácidos e cada cadeia α 141 aminoácidos. A HbS característica da anemia falciforme teve sua origem a partir de uma modificação em apenas um dos nucleotídeos que compõem o gene βA responsável pela síntese das cadeias β da HbA, tal alteração ocorreu no sexto códon de cadeia β resultando na troca do acido glutâmico pela valina e consequentemente na origem da HbS,(figura 01). Por se tratar de uma alteração exclusiva nas cadeias β da hemoglobina, existe a observação tardia das manifestações clinicas da doença sendo observadas somente após o sexto mês de vida pós uterina, período em que o gene Ү, ativo na síntese da hemoglobina fetal, deveria ser substituído pelo gene βA  na síntese da HbA., A HbF é dominante no período fetal , e em adultos normais representam menos de 1% das hemoglobinas totais (RIBEIRO et al, 2008).
Figura 1: Figura 1. Mutação no gene da globina beta S do cromossomo 11.Substituição de Adenina (A) porTimina (T) e a consequente síntese de aminoácido Valina (VAL) em lugar do Ácido Glutâmico (GLU),na posição 6 da cadeia polipeptídica beta.







Fonte: NAOUM, 2000.


3.1.4.   O processo de falcização dos eritrócitos


O processo de falcização dos eritrócitos pode ser descrito de forma sequencial em três principais níveis: molecular, celular e circulatório, a junção de todos esses eventos nas suas respectivas ordens resultará a hemácia falciforme ou drepanocítica,(figura 2) devido a atuação desses níveis contra a estrutura e desempenho fisiológico da membrana do eritrócito o que provocará lesões e perda da maleabilidade (RIBEIRO et al; 2008).
O nível molecular é caracterizado pelo desenvolvimento do processo de falcização, a partir do momento em que a oxi-HbS (hemoglobina oxigenada) perde oxigênio e transforma-se em desoxi-HbS (hemoglobina desoxigenada), tal alteração faz com que a desoxi-HbS promova a formação de pontes de hidrogênio irregulares, modificando sua estrutura espacial e promovendo contatos intermoleculares com outros aminoacidos da mesma cadeia de globina β principalmente a fenilalanina da posição 85 e a leucina na posição 82. Esse processo terá como resultado a formação de agregados desses filamentos ocasionando a alteração da estrutura globular das moléculas de HbS, e a polimerização dessas moléculas no interior do eritrócito que levará a alteração da sua morfologia normal para formas peculiares como a forma de foice ou drepanocitica (NAOUM, 2000).
  Portadores dos genes SS necessitam de uma saturação de oxigênio acima de 65% para manter a forma bicôncava de seus eritrócitos, e retornar a forma discoide quando supridas de oxigênio. Durante esse processo aglomeram-se resquícios de degradação celular originados da falência da bomba de sódio e potássio, cálcio e ATPase, afetando assim a membrana eritrocitária alterando o arranjo das proteínas espectrina-actina, diminuição das glicoproteinas, geração de radicais livres oxidantes e orientação anormal dos fosfolipídios, todo esse mecanismo contribui para que a membrana eritrocitária apresente deformações sob forma de escavações caracterizando a principal causa falcização irreversível dos eritrócitos, e conceituando o nível celular (NAOUM, 2000).
Figura 2: Indução do afoiçamento eritrocitário pela polimerização da desoxi-HBs.

Fonte: Doença Falciforme, condutas básicas para tratamento 1° edição, ministério da saúde, Brasília 2012.
O nível circulatório compreende principalmente o fenômeno vaso oclusivo, principal complicação em portadores do gene SS, a alteração na plasticidade normal dos eritrócitos desencadeada pela polimerização da hemoglobina S aumenta a possibilidade de adesão ao endotélio vascular devido a interações entre os eritrócitos falcêmicos e as células endoteliais. Como consequência do aumento da adesividade do eritrócito falcêmico ao endotélio vascular dos capilares ocorre a estase venosa, desencadeando a hipoxia tecidual, diminuindo a circulação e lesionando os tecidos irrigados por esses capilares, que sofrerão infartos seguidos de necrose e formação de fibrose, principalmente no baço, medula óssea e placenta o que gera lesões teciduais agudas com crises dolorosas e lesões crônicas de órgãos (NAOUM, 2000).
4.    MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E COMPLICAÇÕES EM PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME

Portadores de anemia falciforme frequentemente estão submetidos a vastas manifestações clínicas (figura 3), tais manifestações são decorrentes de dois principais fenômenos, o fenômeno da oclusão vascular pelos glóbulos vermelhos seguido de infarto nos vários tecidos e órgãos, e o fenômeno da hemólise crônica bem como seus mecanismos compensadores. Esses acontecimentos podem afetar quase todos os órgãos e sistemas (ZAGO; PINTO, 2007).

Figura 3:
Quadro apresentando a relação entre fenômenos fisiopatológicos e manifestações clínicas nas doenças falciformes.


 


4.1.       Fenômeno Vaso Oclusivo


O fenômeno vaso oclusivo também conhecido como “crises dolorosas” ou “crises falcêmicas” representam eventos de agravo hipóxico e infarto, resultante do assoreamento dos vasos sanguíneos por hemácias falciformes que se acumulam no interior dos capilares sanguíneos, causando obstrução parcial ou total da luz vascular(Figura 4)(PERIN et al; 2000). A dor pode ser extrema e ser referida ao abdome, ao tórax ou às articulações, dependendo do local da insuficiência vascular. Os locais mais comumente envolvidos pelos episódios vasoclusivos são os ossos, os pulmões, o fígado, o cérebro, o baço e o pênis (GOÉS et al; 2004), a frequência com que estas crises ocorrem variam de quase diárias até menos de uma por ano (PERIN et al; 2000).
O processo de vaso oclusão é propagado por moléculas de adesão na superfície externa da membrana celular que favorecem a interação com o endotélio e com outras células. Algumas dessas moléculas estão presentes somente nos reticulócitos (ZAGO; PINTO, 2007). Por estarem presentes em grande quantidade em portadores de anemia falciforme os reticulócitos falciformes são responsáveis pela iniciação da vaso oclusão por meio da sua adesão ao endotélio vascular criando um “ninho” que enlaça as células falciformes rígidas e facilita a polimerização (PERIN et al; 2000).

                 
Figura 4: Fenômeno de Vaso Oclusão

 

Este fenômeno da vaso oclusão também leva á destruição progressiva do baço e consequentemente a auto-esplenectomia, sendo responsável pela susceptibilidade aumentada a infecções graves (BRAGA, 2007).


4.2.    Sequestro Esplênico


Pacientes portadores de anemia falciforme estão susceptíveis a complicações como o sequestro esplênico, que é ocasionado pela congestão na polpa vermelha pelo sequestro de hemácias falcizadas nos cordões esplênicos e sinusóides que evolui com a formação de trombose e infartos, que acarretará na atrofia e fibrose do órgão caracterizando a auto-esplenectomia observada geralmente até os 5 anos de idade (NUZZO; FONSECA, 2004).
     O sequestro esplênico pode ser definido como uma diminuição nos níveis de concentração de hemoglobina em pelo menos 2g/dl em relação ao nível basal do portador, com evidentes respostas compensatórias medulares através da reticulocitose persistente ou eritroblastose, sendo assim, divide-se o sequestro esplênico em duas formas clínicas: a forma maior e a forma menor. Na crise de sequestro agudo maior ocorre um rápido aumento do baço quando comparado a linha de base, diminuição da hemoglobina ao ponto de necessitar de transfusão, valor absoluto da hemoglobina em valor menor que 6 g/dl, e elevada contagem reticulocitária. A caracterização da crise de sequestro esplênico agudo menor se dá pelo aumento do baço em relação ao tamanho basal, e a queda da hemoglobina, porem com valor absoluto maior que 6g/dl (ANVISA, 2002).
     A manifestação clinica é de um repentino mal estar, palidez, dor abdominal, e sintomas de anemia e hipovolemia, observa-se também ao exame físico um aumento significativo do baço. Devido ao risco de morte súbita, o tratamento deve ser imediato. Incluindo suporte volumétrico e transfusões de glóbulos vermelhos até nível entre 9 e 10 g/dl de hemoglobina. Após a transfusão e com a reversão do choque a ocorre a diminuição drástica do tamanho do baço e o aumento dos níveis de hemoglobina (ANVISA, 2002).
     Dependendo da gravidade e frequência das crises é aconselhável a esplenectomia, buscando evitar o surgimento de novos episódios.
4.3.    Susceptibilidade á infecções


As infecções são complicações rotineiras de maior frequência em portadores de anemia falciforme. Em consequência da persistente agressão esplênica a capacidade fagocitária mediada por opsoninas e a produção de anticorpos são afetadas, levando a asplenia funcional, que se torna permanente em torno do sexto ao oitavo ano de vida (NUZZO; FONSECA, 2004).
A asplenia funcional leva a uma redução na capacidade imunológica de combater infecções por diversos micro-organismos,como consequência, haverá uma maior susceptibilidade a infecções por organismos encapsulados, especialmente o Haemophilus influenzae tipo b (HIB) e o pneumococo. A busca pela profilaxia e abordagens eficazes são indispensáveis, pois as infecções acompanhadas de acidose,hipoxia e desidratação, podem originar e/ou intensificar as crises de falcização, pois favorecem a produção de citocinas inflamatórias, aumentando as moléculas de adesão endoteliais e a agregação das células falciformes e polimorfonucleares no endotélio vascular.Portadores do gene SS tem o risco 25 vezes maior de desenvolver infecções por salmonelas, principalmente em crianças maiores de 3 anos e adultos. As infecções causadas pelo pneumococo e pelo Hib são predominantes em crianças abaixo de 3 anos de idade (NUZZO; FONSECA, 2004).


4.4.       Síndrome Torácica Aguda (STA)


Mais de 28% dos portadores de anemia falciforme são acometidos pela síndrome torácica aguda, tal síndrome é definida pelo aparecimento de um infiltrado pulmonar recente, sintomas respiratórios e/ou dor torácica, é a segunda causa mais comum de hospitalização em doentes falcêmicos (PERIN et al; 2000).
Os pulmões são os maiores alvos para complicações agudas e crônicas da anemia falciforme devido as trocas gasosas que contribuem para a desoxigenação dos eritrócitos que se encontram nos vasos pulmonares o que originará polímeros de HbS, resultando assim na STA (ANVISA, 2002).
Doenças pulmonares ou estado de hipoventilação gera um risco de hipoxia local ou sistêmica, contribuindo para a oclusão dos vasos pulmonares devido a polimerização e afoiçamento dos eritrócitos. A baixa concentração de oxigênio coopera com a oclusão vascular em pacientes falcêmicos, pois induz o aumento da liberação de moléculas de adesão, com isso os eritrócitos se aderem ao endotélio vascular com maior facilidade o que acarretará na vaso-oclusão (PERIN et al; 2000).
As causas habituais da STA é a vaso-oclusão,infecções e embolia pulmonar gordurosa da medula óssea infartada, ocorrendo em adultos e crianças, suas manifestações clínicas consistem em dispinéia, dor torácica, febre, taquipinéia e leucocitose,observa-se também a presença de infiltrados pulmonares nas radiografias. O tratamento da STA depende da intensidade de cada caso, consiste no controle da dor através de analgésicos, ao combate as possíveis infecções bacterianas através de antibióticos, pela promoção da oxigenação sanguínea e por transfusões sanguíneas para diminuir os eritrócitos com HbS (ANVISA, 2002).
A analise da STA através de testes sorológicos e culturas são de grande importância pois apesar da doença ser frequentemente auto-limitada, principalmente quando uma área mínima do parênquima é acometida, se não diagnosticada e tratada de forma rápida e correta, pode levar a uma rápida progressão e ao óbito. (PERIN et al; 2000).


4.5.       Priaprismo


Conceitua-se priapismo como uma ereção persistente e dolorosa do pênis, sendo descrito por diferentes sistemas de classificação (TABELA 1). A anemia falciforme é um fator causal em cerca de mais de 24% dos casos (ANVISA, 2002).
Cerca de quase dois terços dos homens portadores de anemia falciforme são acometidos pelo priapismo, mais comumente observado na faixa etária de 5 e 13 anos e entre 21 e 29 anos.A ereção peniana normal ocorre quando uma grande quantidade de sangue penetra nos corpos cavernosos o que aumenta o seu volume impedindo a saída venosa, tornando esses corpos túrgidos e consequentemente originando a ereção, sendo assim o corpo cavernoso do pênis é um reservatório de sangue especializado, caracterizado pela passagem do lenta do sangue que funciona como uma rede de septos, caso a circulação fique com estase local ocorrerá o afoiçamento em portadores falciformes e a estagnação sanguínea, levando a um edema interticial e com o tempo, a fibrose da trabécula (PERIN et al, 2000).
Tabela 1: Sistemas de Classificação do Priapismo

CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA
1.Primária (idiopática)
2.Secundária
2.1 Hematológica (anemia falciforme)
2.2 Traumática
2.3 Infecciosa
2.4 Neoplásica
2.5 Farmacológica
2.6 Latrogênica
CLASSIFICAÇÃO HEMODINÂMICA
Tipo I- Priapismo de baixo-fluxo ,associado com isquemia, veno-oclusão e estase. Bastante associado á anemia falciforme.
Tipo II-  Priapismo de alto-fluxo, associado com trauma, não isquêmico, arterial.
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA (de acordo com a história)
1.Priapismo Recorrente (“Stuttering”)- múltiplos episódios com menos de 3horas de duração cada, varias vezes por semana por mais de 4 semanas.
2.Priapismo menor- episódios isolados ou infrequentes com duração menor do que 3 horas e que não necessitam de intervenção clínica.
3.Priapismo maior- episódio prolongado, normalmente durando mais de 12 horas, frequentemente procedidos por períodos de priapismo recorrente ou menor. Necessitam de hospitalização para tratamento clinico ou cirúrgico.
Fonte: Adaptado da ANVISA, 2002
Em adultos e crianças a terapia inicial consiste na melhora da dor e da ansiedade através da infusão continua endovenosa de morfina ou hidroxizine por via endovenosa ou oral, a escolha dos procedimentos cirúrgicos dependem do tipo de priapismo, tendo como exemplo a aspiração e irrigação dos corpos cavernosos no priapismo de baixo-fluxo (ANVISA, 2002).

4.6.       Lesões osteoarticulares da doença falciforme


Lesões ósseas e articulares são complicações frequentes das doenças falciformes, ocasionadas pelo processo de falcização com isquemia e infarto da medula óssea e estruturas adjacentes. Entre essas alterações as principais são dactilite (síndrome mão-pé) e a necrose isquêmica da cabeça do fêmur. Essas alterações fazem parte da manifestação clinica de maior característica da doença falciforme as crises dolorosas que são resultantes da falcização com necrose isquêmica nos locais de medula óssea ativa (GUALANDRO, 2002).

4.7.       Dactilite


É frequente em crianças, consiste em edema doloroso que pode acometer um segmento de um dedo até as quatro extremidades, é comumente a primeira manifestação da doença e deriva da necrose isquêmica da medula óssea ativa com dor secundária ao aumento da pressão intramedular devido ao processo inflamatório subsequente (GUALANDRO, 2002).
É ocasionada pela oclusão dos capilares sanguíneos nos ossos pequenos dos membros, seu predomínio é entre 6 meses e 2 anos, após os cinco anos de idade a frequência é atenuada pois a medula óssea ativa esvaece dos pequenos ossos periféricos (PERIN et al; 2000).
O diagnostico inicial é clinico pois as alterações radiológicas podem ser observadas após aproximadamente 10 dias, a radiografia mostrará edema de partes moles durante as crises agudas, podendo ocasionar destruição de metacarpos,metatarsos e falanges,o que pode gerar dedos de diferentes comprimentos (YANAGUIZAWA et al; 2008).

4.8.       Necrose isquêmica da cabeça do fêmur


Essa alteração pode ser observada desde a infância porem é mais comum no final da adolescência e em jovens adultos é uma forma de necrose da medula óssea onde a cabeça do fêmur podendo apresentar diversas alterações com ou sem ruptura da superfície articular,dependendo da idade em que o infarto acontece .A lesão pode causar dor no quadril que piora com a movimentação ou ser assintomática. O colapso e a lesão da superfície articular do fêmur é proveniente do suporte continuo de peso sobre a cabeça femural amolecida (GUALANDRO, 2002).


4.9.       Complicações Neurológicas


Cerca de 25% de portadores de anemia falciforme tendem a ter complicações neurológicas, os eventos comuns observados abrangem ataques isquêmicos transitórios, acidente vascular encefálico, convulsões e coma inexplicado. O acidente vascular encefálico pode ser devido a vários fatores fisiopatológicos diferentes ou a uma lesão cerebral progressiva, sendo os infartos cerebrais mais comuns em crianças e nos adultos predomina a hemorragia (PERIN et al; 2000).
O infarto normalmente ocorre devido a lesão de grandes artérias cerebrais, sendo a arteriografia a alteração mais comum, trata-se de um estreitamento acentuado ou oclusão completa das artérias carótida, cerebral media e/ou anterior. O endotélio irregular pode servir como foco para a adversidade plaquetária ou de células afoiçoadas e formação de trombos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).


4.10.    Complicações Oculares


As manifestações oculares são decorrentes do fenômeno de vaso oclusão que também podem ser observadas na microvasculatura do olho, essas manifestações são representadas por alterações orbitárias, conjuntivais, uveais, papilares e retinianas, tais complicações podem ou não acarretar comprometimento da visão, dependendo do tecido envolvido e do local onde ocorre a vaso-oclusão (BONANONI, 2004)
Reconhecidas primariamente por Cook em 1930 e posteriormente Henr e Chapman em 1954 as alterações retinianas são as de maior importância para a morbidade ocular das doenças falciformes, desencadeada pela vaso-oclusão que geralmente ocorre na região periférica da retina, está ligada a interação anormal entre os eritrocitos falcizados irreversíveis e o endotélio vascular (VILELA et al; 2007).
Devido as múltiplas alterações oculares desenvolvidas em portadores de anemia falciforme, existe a necessidade de um acompanhamento continuo para a detecção precoce e tratamento profilático das lesões, especialmente pelo risco de retinopatia que requer uma avaliação de um oftalmologista, para que se possa monitorar a progressão ou regressão das lesões para a escolha de uma melhor terapêutica (VILELA et al; 2007).


5.    DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA ANEMIA FALCIFORME


O diagnóstico laboratorial tem por objetivo identificar pacientes com doença ou caráter falciforme que necessitam de terapia ou aconselhamento, sendo de extremo valor e importância para a detecção da anemia falciforme, bem como garantir a possibilidade de promover uma boa condição de vida para portadores falcêmicos (PERIN et al; 2000).
O diagnostico laboratorial da anemia falciforme é feito através de eletroforese de hemoglobina, focalização isoelétrica ou cromatografia liquida de alta performance (HPLC). Esses métodos são bastante viáveis, pois as cadeias β globínicas são detectáveis em fase precoce de vida fetal, a partir da 10ª a 12ª semana de gestação, o que possibilitará o diagnostico pré-natal da anemia falciforme (NUZZO; FONSECA, 2004).
Exames de menor complexibilidade como o hemograma completo e teste de solubilidade auxiliam no diagnóstico, servindo como testes complementares, já que o diagnostico de comprobatório é dado pela eletroforese de hemoglobina. (NUZZO; FONSECA, 2004). Alterações laboratoriais características podem ser observadas em portadores de anemia falciforme (tabela 2).
A anemia falciforme pode ser diagnosticada primeiramente através de um eritrograma que evidenciará uma anemia grave, acompanhada da analise morfológica dos eritrócitos presente no esfregaço sanguíneo geralmente com a presença de drepanócitos. Observa-se também um aumento nos reticulócitos que são característicos dos processos hemolíticos juntamente com o aumento da bilirrubina indireta (BRANDÃO, 2012).
Tabela 2: Principais características laboratoriais da anemia falciforme

Principais características laboratoriais da anemia falciforme
Hb S= 80 a 100%
Hb Fetal: 0 a 20%
Anemia normocitica e normocrômica (Hb= 5 a 10 g/dl)
Morfologia eritrocitária: células falcizadas – anisocitose, poiquilocitose- eritroblastos, esferocitos.
Leucócitos: aumentados durante as crises
Pode ocorrer desvio a esquerda
Plaquetas: aumentadas com formas anormais
Reticulócitos: aumentados (5 a 30%)
Fragilidade osmótica= diminuída
Fragilidade térmica e mecânica: aumentada
Bilirrubina indireta: elevada(6mg/dl)
Urobilinogênio urinário:elevado
Urobilinogênio fecal:elevado
Hematúria: frequente
Medula óssea: hiperplasia das células eritróides.
Fonte: Adaptado de NAOUM, 2000.
5.1.        Eletroforese de hemoglobina


A troca de aminoácidos presente na anemia falciforme, onde envolve a saída de um aminoácido com carga negativa (ácido glutâmico) e a entrada de outro sem carga elétrica ou neutra (valina) resulta na perda de cargas negativas da Hb A, fato que causa a mobilidade eletroforética mais lenta da Hb S (NAOUM, 2000)
A eletroforese em pH alcalino 8,4 a 8,8 é o principal método para a diferenciação dos vários tipos de hemoglobina, os meios de suporte podem ser o acetato de celulose, agarose ou gel de poliacrilamida. O método mais utilizado em laboratórios clínicos é a eletroforese em acetato de celulose, pois é de fácil manuseio, preparação e rápida análise. Sendo assim, bastante utilizado como procedimento inicial de triagem para o gene SS, sendo a eletroforese em Ágar citrato usada como teste confirmatório para as hemoglobinas alteradas (PERIN et al, 2000).

5.2.       Focalização isoelétrica


Neste teste as hemoglobinas são fracionadas pelo seu ponto elétrico ao longo de um gradiente de pH, sendo de fácil realização e interpretação e com capacidade de diferenciar as bandas de cada hemoglobina na dependência do ponto isoelétrico de cada fração. De uma maneira geral trata-se de uma técnica na qual compostos eletroforéticos são fracionados de acordo com seus pontos isoelétricos, através de um gradiente de pH continuo (ZANATTA, 2009).


5.3.       HPLC (High performance liquid chromatography)


Através dessa técnica é possível detectar hemoglobinas anormais e diminuídas, a técnica baseia-se nas diferenças de carga elétrica entre as cadeias de Hb e apresenta, em relação ás outras técnicas, vantagens incluindo conveniência, eficácia, rapidez (completamente automatizada) e alto nível de sensibilidade e especificidade (PERIN et al; 2000).

5.4.       Teste de solubilidade


Este teste baseia-se na insolubilidade da desoxihemoglobina S, onde resultados positivos são indicados com a turbidez da solução.É frequentemente utilizado como triagem em emergências ou como teste confirmatório para HbS após eletroforese em acetato de celulose devido a sua rapidez e facilidade (PERIN et al; 2000).
Porém esse teste não apresenta boa sensibilidade para a detecção da Hs no período neonatal,especialmente nos recém nascidos prematuros sendo indispensável a interpretação cautelosa do resultado (ZANATTA, 2009)



5.5.       Teste de Falcização



Consiste em colocar a hemácia a ser pesquisada, sob baixa concentração de oxigênio, induzindo o seu afoiçamento através do metabissulfito de sódio que reduz a tensão de oxigênio. Adicionando o metabissulfito de sódio ao sangue total e lacrando essa mistura entre lamínula e lamina com esmalte, induzimos a falcização devido a falta de oxigenação sendo possível ver essa alteração microscopicamente (ZANATTA, 2009). 
Portanto com base nos vários métodos de diagnóstico é possível realizar o trabalho de promoção a saúde bem como realizar o aconselhamento genético, visando informar e conscientizar sobre o risco oriundo da anemia falciforme.

6.     CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portadores de anemia falciforme, estão susceptíveis a vastas manifestações clínicas, que vão de uma simples anemia até a falência múltipla de órgãos, tais manifestações são decorrentes principalmente do fenômeno vaso oclusivo, que é o principal fator desencadeante das complicações evidenciadas em doentes falciformes. Essas manifestações podem ser observadas desde a infância e evoluem ao longo dos anos. O diagnóstico da anemia falciforme vai desde um simples eritrograma até exames laboratoriais diferenciais mais complexos como a HPLC, que além de concretizar com precisão o resultado, possibilita a promoção de uma boa condição de vida a seus portadores, amenizando as manifestações clínicas decorrentes dessa doença. Por se tratar de uma patologia onde se desconhece a cura, o tratamento é basicamente de suporte, baseando-se na hidratação, no combate a dor e na oxigenoterapia, sendo assim, o papel do biomédico é de extrema importância para a detecção da anemia falciforme, através da realização e interpretação de exames que posteriormente serão encaminhados a um profissional médico que tomará as medidas cabíveis, buscando a qualidade de vida dos doentes falcêmicos.


MAJOR CLINICAL AND DIAGNOSTIC LABORATORY IN PATIENTS WITH SICKLE CELL DISEASE

ABSTRACT: The present work it is a literature review that seeks to epitomize the knowledge produced about Sickle Cell Anemia. This review aimed to emphasize the clinical manifestations of patients affected with sickle cell disease and laboratory diagnosis. The literature review was conducted through virtual databases in health as SCIELO, MEDLINE, BIREME, PUBMED, books, articles, publications in scientific journals, dissertations, with emphasis on review articles. This study identified that the SCD is characterized as a disease of genetic character prevalent mainly in Negroid population, caused by a mutation on chromosome 11, such a mutation causes the erythrocytes become a characteristic shape resembling a sickle. The red blood cells sickle shaped not circulate properly in the microcirculation resulting in obstruction of blood flow and capillary destruction of erythrocytes, this whole mechanism entails various clinical manifestations such as severe anemia, astemia, hyperbilirubinemia and chronic mainly vaso oclusivas.O laboratory diagnosis differential in patients with sickle cell anemia in addition to achieve precisely the result, enables the promotion of good living conditions for most people, seeking to alleviate the clinical manifestations resulting from this disease as well as genetic counseling, to minimize the appearance of new carriers trait and sickle cell disease.
KeyWords: Sickle cell anemia. Clinical manifestations. Diagnosis.


7.     REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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[1] Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade UNIFAN – Instituto de Ciências da Saúde, para obtenção do título em Bacharel em Biomedicina no ano de 2013.
* Acadêmica do curso de Biomedicina pela Faculdade Unifan – Instituto de Ciências da Saúde. Aparecida de Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: dyesssika.dyedye@gmail.com
**Jeffchadler Belém De Oliveira. Docente da Faculdade Unifan – Instituto de Ciências da Saúde. Aparecida de Goiânia, Goiás, Brasil.