A INFLUÊNCIA DOS MARCADORES
CARDÍACOS NO DIAGNÓSTICO DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
COSTA, Érica Gonçalves[1]
OLIVEIRA,
Jeffchandler Belém[2]
Resumo
Com
os diversos avanços tecnológicos, acompanhado dos conhecimentos científicos,
houve uma evolução da medicina junto à ciência biomédica, entretanto os modos
de diagnóstico e tratamentos de diversas patologias passaram por uma grande
evolução. Exemplo desta evolução é a utilização de aparelhos de alta tecnologia
e substancias corpóreas no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças
cardíacas. Sendo assim, esta pesquisa tem como intuito investigar, através de
uma pesquisa bibliográfica e de caráter indireto, como os marcadores
cardíacos podem auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares,
em específico no infarto agudo do miocárdio.
Palavras-chave: Troponina; Mioglobina; CK-MB e Infarto Agudo do
Miocárdio.
1.
Introdução
Com
o passar do tempo houve várias mudanças no estilo e no modo de vida dos
indivíduos inseridos em nossa sociedade, este fenômeno pode ser explicado pelos
diversos avanços tecnológicos, que junto à modernidade trouxe novos hábitos.
Entre eles podemos citar a má alimentação e o sedentarismo, que pode causar
inúmeras alterações fisiológicas, incluindo as doenças cardiovasculares.
Segundo Robbins
(2000) o coração é um órgão de suma importância para nossa sobrevivência, é
responsável por bombear o sangue através do sistema circulatório, com o intuito
de irrigar todos os tecidos do corpo, incluindo o próprio coração. O infarto
agudo do miocárdio (IAM) caracteriza-se pela interrupção ou redução do fluxo
sanguíneo para o coração, onde ocorre uma diminuição da quantidade de oxigênio
que chega ao músculo cardíaco, este fenômeno pode acarretar em lesão da
musculatura do coração.
Atualmente milhares de pessoas morrem vítimas de doenças
cardíacas, sendo que o infarto agudo do miocárdio é uma das principais causas.
De acordo com Alves et
al., (2008), as doenças cardiovasculares (DCV) com o passar do tempo
tornou-se uma das maiores causas de morbimortalidade, onde cerca de 17 milhões
de óbito acontecem anualmente em consequência destas anomalias. Sendo que,
entre as doenças cardiovasculares encontram-se o infarto agudo do miocárdio,
anginas, insuficiência arterial periférica e isquemia cerebral.
Apesar do quantitativo de
óbito descrito acima outras milhares de vidas são salvas graças à ajuda da
tecnologia e de novos conhecimentos, ou seja, dos avanços das ciências
biomédicas que com o tempo foi descobrindo novos métodos de diagnóstico e
tratamento das doenças cardiovasculares.
Partindo deste pressuposto
este estudo tem como intuito verificar as alterações fisiopatológicas que levam
ao infarto agudo do miocárdio, bem como compreender como os marcadores
cardíacos, junto à bioquímica, podem auxiliar no diagnóstico e tratamento de
tal patologia.
De acordo com Mattos (2004, p. 1) “testes
bioquímicos são parte da rotina de investigação para diagnóstico diferencial de
IAM, por critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, portanto
seguindo esta premissa partimos
da hipótese que os
marcadores cardíacos e/ou biomarcadores de necrose miocárdica auxiliam no diagnóstico e tratamento de doenças
cardiovasculares.
Entretanto, este estudo visa discutir sobre o Infarto
Agudo do Miocárdio e seus métodos laboratoriais de diagnóstico, “considerando
que a doença isquêmica cardíaca é a principal causa de mortalidade no Brasil e
no mundo, e que a sua prevalência está aumentando, é importante aprofundar o
estudo acerca dos biomarcadores laboratoriais úteis na avaliação diagnóstica”
(SILVA; MORESCO, 2011, p. 140).
Sendo
assim, este trabalho justifica-se pela importância de esclarecer a sociedade em
geral e ao universo acadêmico sobre o processo fisiopatológico do Infarto Agudo
do Miocárdio (IAM), assim como abordar seus principais métodos de diagnóstico
laboratoriais. Tendo como objetivo geral analisar a influência dos biomarcadores
de necrose miocárdica ou marcadores cardíacos no diagnóstico precoce de infarto
agudo do miocárdio.
2. Metodologia
O
processo metodológico desta pesquisa apresenta caráter indireto, ou seja, visa
analisar informações e pesquisas já existentes no meio científico, ou seja,
trata-se de uma revisão bibliográfica.
De acordo com Mattos, Júnior e Blecher (2004),
a pesquisa indireta utiliza-se de informações, conhecimentos e dados que já
foram coletados em trabalhos científicos por outros pesquisadores, sendo que os
resultados podem ser expressos por diversas formas em documentos, livros,
artigos científicos, entre outros.
Pesquisas de caráter indireto podem ser divididas em:
documental e bibliográfica, porém este estudo ocorrerá por meio de pesquisa
bibliográfica, com levantamento de dados através de livros, artigos,
publicações em revistas cientificas, dissertações, entre outros. Sendo assim, a coleta de dados será realizada através de uma pesquisa eletrônica da
literatura usando as bases de dados MedLine, SCIELO, BIREME, utilizado também
dados de livros que contenham conhecimentos que enriqueçam a pesquisa.
A pesquisa bibliográfica
terá uma abordagem metodológica, através do método exploratório, proporcionando
maior conhecimento sobre o tema exposto, uma vez que a pesquisa qualitativa
facilita a compreensão do assunto e permite o aprofundamento do conhecimento
relativo aos aspectos considerados relevantes ao assunto pesquisado.
3. Referencial Teórico
3.1. O papel dos marcadores cardíacos em alterações
cardiovasculares
Inicialmente, antes de chegar a questão
principal deste estudo, ou seja, abordar as influencias dos marcadores
cardíacos no diagnostico e tratamento do infarto agudo do miocárdio (IAM), cabe
aqui abordar alguns pontos necessários para o entendimento do processo
patológico relacionado a esta alteração fisiológica. Sendo assim, primeiramente
discutiremos sobre a anatomia do sistema cardiovascular, onde posteriormente
apresentaremos alguns fatores de risco que acarretam no IAM, ou seja,
analisaremos suas causas e efeitos, e por fim, será abordado os marcadores
cardíacos propriamente ditos, bem como suas influencias no diagnostico e
tratamento do infarto agudo do miocárdio.
3.2. Anatomia do sistema cardiovascular
O sistema cardiovascular ou circulatório é composto pelo
coração, vasos sanguíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa. Sendo assim, este
sistema é responsável por transportar todas as substancias presentes em nosso
organismo, incluindo a distribuição de gases respiratórios, nutrientes,
hormônios, resíduos metabólicos, transporte de calor, intercambio de materiais,
distribuição de mecanismos de defesa e coagulação sanguínea, ou seja, este
sistema conduz elementos essenciais para todos os tecidos do corpo (VILELA,
2012).
As veias, artérias e capilares compõe os vasos
sanguíneos. Respectivamente, as veias levam ao coração sangue vindas do corpo,
suas paredes são mais finas que das artérias e normalmente carregam sangue
venoso. Já as artérias levam sangue do coração a todo o corpo e apresenta
paredes mais espessas e dilatáveis, geralmente carregam sangue oxigenado. Logo
os capilares levam sangue aos tecidos, para fornecer oxigênio as células, sendo
que eles ligam as artérias a veias, esses vasos apresentam paredes mais finas
para facilitar a troca de substancias.
De
acordo com Leite (2012) o sangue é um tecido conjuntivo líquido que circula
pelo sistema vascular dos seres humanos, cuja função é manter a vida do
organismo, transportar nutrientes retirado dos alimentos e as toxinas
produzidas no metabolismo. Ressalta ainda que é composto por duas partes, sendo
que uma refere-se ao plasma, parte líquida e outra que é a parte sólida
composta por células sanguíneas (hemácias, plaquetas e leucócitos).
Entretanto,
o sangue, veias, artérias e o coração são os componentes mais importantes do
sistema cardiovascular, ou seja, são os responsáveis pela nossa sobrevivência e
pelo funcionamento do corpo, tendo a função de nutrir nosso organismo.
3.3. Causa e efeito do infarto agudo do miocárdio
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma alteração
cardiovascular acarretada pelo acumulo de ateroma, que por consequência
obstruir o fluxo sanguíneo, o que acarreta em tal patologia.
Ou seja, é uma necrose tecidual do músculo
cardíaco causada geralmente pela: redução do fluxo sanguíneo numa
artéria coronária; aos vasoespasmos; a queda do suprimento de oxigênio, além do
aumento da demanda de oxigênio pelo músculo cardíaco, causando assim a ruptura
de uma placa de aterosclerótica e a oclusão da artéria por um trombo. Sendo
assim, o infarto agudo do miocárdio (IAM) é ocasionado pela deposição de placas
de gorduras, asterosclerose, nas paredes das artérias coronárias, onde forma
coágulos responsáveis pela interrupção do fluxo sanguíneo (OLIVEIRA; PIRES,
2011; KALIL FILHO, 2009).
A formação de ateromas dentro
dos vasos sanguíneos acelera devido a diversos fatores de riscos, entre eles
podemos citar a idade (homens a partir de 55 anos e mulheres após os 60);
diabetes mellitus, tabagismo, hipertensão arterial, colesterol alto, obesidade,
sedentarismo, além do histórico familiar de infarto agudo do miocárdio (KALIL FILHO, 2009).
Entretanto,
há vários fatores que corroboram com o aparecimento desta alteração
fisiológica, onde em diversas vezes acabam levando a morte. Entre eles
encontra-se o estilo de vida e os fatores de risco modificáveis e não
modificáveis. “Para tal, os indivíduos precisam se adequar aos estilos de vida
saudáveis que minimizem o aparecimento de fatores de risco associados à doença”
(OLIVEIRA; PIRES, 2011, p. 1112).
Através de
estudos epidemiológicos foram identificados vários fatores de risco que
colaboram com o desenvolvimento do Infarto Agudo do Miocárdio. Ou
seja, os fatores de riscos são classificados em dois grupos os que podem ser
controlados pela pessoa e os que não têm controle, consequentemente, os
modificáveis e o não modificáveis, sendo que os últimos incluem a idade
avançada; sexo; raça e histórico familiar de doenças cardíacas. Já os
modificáveis incluem a alteração do estilo de vida, hábito alimentar, e até
mesmo uso de medicamentos (MORTON, 2007; OLIVEIRA; PIRES, 2011).
Entre
os fatores de risco não modificáveis podemos citar: idade, sexo, hereditariedade, raça. Já os modificáveis podem incluir o
tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas, o sedentarismo, estresse, diabetes
mellitus, obesidade e sobrepeso, hipertensão arterial, entre outros.
De
acordo com Silva et al., (1998) em um dos seus estudos ressaltam que entre os
fatores de riscos mais comuns encontram-se a idade e o sexo, onde a ocorrência
de infarto agudo do miocárdio "mostra
predominância do sexo masculino (2,98 homens para 1 mulher) e idade média de 58
anos" (p. 669).
Segundo Kalil Filho (2009, p. 1) "o IAM pode ter
outras causas, tais como uso de drogas ilícitas, aneurisma da artéria
coronária, doenças da aorta e doenças inflamatórias das artérias coronárias.
Essas condições, porém, são bem mais raras".
3.4.
Diagnóstico
Atualmente
o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é rápido e eficaz, pois além dos
métodos convencionais, tal como o eletrocardiograma, contamos com o apoio das
ciências biomédicas com os exames de sangues, marcadores bioquímicos, os quais
são capazes de detectar a morte ou não das células musculares cardíacas.
Sendo
assim, o diagnostico do IAM é baseado em três critérios, sendo eles: quadro
clínico de dor torácica prolongada em paciente portador de fatores de risco
para doença arterial coronariana; eletrocardiograma com alterações indicativas
de lesão e de necrose do miocárdio e elevação dos níveis sangüíneos de
marcadores de necrose miocárdica, como a troponina, mioglobina e a enzima
CK-MB.
No
diagnostico de IAM por meio do eletrocardiograma são consideradas três
alterações básicas: aparecimento da onda
Q anormal, que significa que uma área miocárdica esta eletricamente inativa
(infartada); elevação do segmento ST,
onde indica uma corrente de lesão, ou seja, o infarto está acontecendo e a onda T invertida, que indica que houve
isquemia de uma região miocárdica, ocorre depois de alguns dias do infarto
(HAMPTON, 2005).
3.5. Influência
dos marcadores cardíacos no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio
Após várias pesquisas, grandes estudiosos descobriram que
quando ocorre o infarto agudo do miocárdio, lesão no tecido cardíaco, algumas
células deste tecido são danificadas e com isso são liberadas algumas enzimas
(marcadores cardíacos) por via linfática.
Segundo
Willrich
(2007) e Henriques et al., (2006) os marcadores
bioquímicos, em específico os cardíacos ou os biomarcadores de necrose
miocárdica, são proteínas liberadas na circulação sanguínea quando um músculo
cardíaco encontra-se danificado, ou seja, são macromoléculas intracelulares dos
miócitos cardíacos, que incluem enzimas, proteínas e mioglobina. Quando
há algum tipo de lesão do miocárdio, a perda da
integridade da membrana dos miócitos permite a liberação dessas substâncias
para a corrente sanguínea.
Entretanto,
quando há um lesão no miocárdio é possível fazer o diagnostico através de
marcadores cardíacos que se encontraram elevados.
Sendo assim, através destes marcadores
podemos detectar o real problema e encaminhar os pacientes para o melhor
tratamento. Ou seja, os exames sanguíneos que avaliam o funcionamento de um
órgão, chamados de marcadores funcionais, atualmente são grandes aliados no
diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM), pois através destes exames
podem-se diagnosticar problemas fisiológicos e detectar um infarto, pois quando
um tecido encontra-se lesado consequentemente seus marcadores estarão elevados.
Partindo deste pressuposto, um marcador
cardíaco ideal seria aquele com alta sensibilidade e especificidade, que
aparece rapidamente após o infarto agudo do miocárdio e permanece anormal por
vários dias e que pode ser ensaiado e liberado rapidamente, porém, não existe
nenhum marcador assim, entretanto são necessários vários para um melhor
diagnóstico.
De
acordo com Silva e Moresco (2011), vários marcadores vêm sendo analisados, porém
as troponinas cardíacas vêm sendo consideradas a mais eficientes para o
diagnostico de infarto agudo do miocárdio (IAM), existindo casos de IAM
detectados dentro de duas horas por meio deste marcador, possibilitando assim
um diagnóstico precoce e preciso. Estes autores ressaltam ainda que “outros
biomarcadores vêm apresentando relevância especialmente em relação ao
prognóstico e estratificação de risco dos pacientes com cardiopatia isquêmica,
com destaque para o BNP[3]” (p. 140).
Notamos
que vários estudos estão sendo feitos no que diz respeito ao diagnostico e
tratamento de doenças coronárias, e que com o passar do tempo vários avanços
tecnológicos vem sendo utilizados.
Ou
seja, os marcadores bioquímicos de injuria celular miocárdica podem ser de três
variedades principais: marcadores citoplasmáticos enzimáticos, como a CK-MB;
marcadores citoplasmáticos não enzimáticos, como a mioglobina e os marcadores
citoplasmáticos e não enzimáticos, como as troponinas (ELIAS; SOUZA, 2013).
3.5.1. Mioglobina
De
acordo com Silva e Moresco (2011), a mioglobina é uma proteína heme encontrada
em todas fibras musculares estriadas, apresenta baixo peso molecular o que
permite que ela seja liberada rapidamente na corrente sanguínea, tanto após um
lesão do musculo esquelético quanto na necrose cardíaca. Como marcador cardíaco
ela se eleva de 1 a 3 horas após a morte da célula miocárdica, atinge seu pico
entre 6 e 12 horas e normaliza dentro de 12 e 24 horas.
Uma
das vantagens da mioglobina sobre outros marcadores de lesão miocárdica é que
ela se eleva muito rápido, antes mesmo da troponina, porém apresenta baixa
especificidade, ou seja, ela não é especifica de lesão cardíaca. Mas um
resultado negativo de mioglobina exclui a possibilidade de infarto agudo do
miocárdio, mas quando positivo precisa ser confirmado pela troponina, pelo fato
dela ter alta especificidade. Sendo assim, para um diagnostico rápido e preciso
é necessário de fato analisar em conjunto os diversos marcadores cardíacos.
Sendo assim,
A
mioglobina pode ser mais útil quando usada em conjunto com outros marcadores
cardíacos para a rápida determinação do IAM, especialmente em pacientes com dor
torácica atípica ou alterações eletrocardiográficas inespecíficas e que chegam
ao serviço de emergência antes de quatro horas do início dos sintomas (SILVA E
MORESCO, 2011, p. 134).
Entretanto, o aumento da mioglobina indica que houve
lesão recente do musculo esquelético ou cardíaco, sendo assim é necessário de
outros marcadores cardíacos como a troponina, para indicar o local correto que
esta sendo lecionado. Porém, quando a mioglobina apresenta nível normal ou
baixo indica que não houve infarto do miocardio ou que a mioglobina já foi
retirada do sistema sanguíneo, mas usualmente o exame de mioglobina é utilizado
para auxiliar o exame de troponina ou de outros marcadores cardíacos.
3.5.2. CK-MB
De acordo com Silva e Moresco (2011), a
creatinoquinase (CK) total é composta por duas subunidades (M e B) que dá
origem a três izoenzimas : creatinoquinase
isoenzima MM (CK-MM), creatinoquinase isoenzima BB (CK-BB) e
creatinoquinase isoenzima MB (CK-MB). Sendo que, sua fração MB tem auxiliado no
diagnostico do IAM, mas ela esta creatinoquinase também pode estar alterada no
sangue de pessoas saudáveis ou em lesões do musculo esquelético.
A CK-MB apresenta peso
molecular maior do que a mioglobina, por isso ela é liberada no sangue mais
lentamente após danos das células cardíacas, porém é mais especifica que a
mioglobina. Sendo assim, a CK-MB aumenta entre 3 e 6 horas após o inicio dos
sintomas, apresentando pico entre 16 e 24 horas onde se normaliza entre 48 e 72
horas, além disso, apresenta sensibilidade diagnostica de 50% após três horas
do inicio dos sintomas e de 80% em seis horas (SILVA, MORESCO, 2011).
Portanto, seu diagnostico não pode ser feito
precocemente, ou seja, até três horas e não suporta sensibilidade máxima até
seis horas ou mais após o surgimento de infarto agudo do miocárdio. Sendo que, para um resultado preciso é
aconselhável basear em outros dados, ou seja, utilizar mais de um marcador
cardíaco para diagnosticar ou prevenir um infarto agudo do miocárdio.
3.5.3.
Troponinas
As
troponinas são consideradas o marcador cardíaco mais importante e eficaz no
diagnóstico de infarto agudo do miocárdio, pois elas apresentam alta
especificidade e sensibilidade (WILLRICH, 2007).
De acordo com Oliveira
(2013), as troponinas apresentam vantagens e desvantagens. Entre as vantagens
encontram-se: sensibilidade absoluta para detecção de IAM; teste mais
especifico para lesão do miocárdio; tem inicio de 3 a 12 horas; Atinge seu pico
entre 10 e 24 horas após o início do IAM e permanece elevada por 3 a 7 dias,
somente retornando aos níveis basais após 10 a 14 dias. Entre as desvantagens
pode citar: baixa sensibilidade para diagnóstico com menos de 6 horas de
sintomas, limitando para diagnostico de reinfarto.
Sendo assim, a troponina é um
complexo de três cadeias polipeptídicas (Troponina I, C e T) encontradas tanto
no musculo esquelético quanto cardíaco, que regula a interação
cálcio-dependente da miosina com a actina, ou seja, são responsáveis pela
contração e relaxamento muscular (STRYER, 1996 e GODOY; BRAILE; JOSE NETO,
1998).
Quando há lesão miocárdica a
troponina é liberada no plasma por meio de duas fases distintas. A primeira
fase de liberação tem duração média de 3 a 5 horas após a perda da função da
membrana celular. Em seguida a troponina continua a ser liberada, na fase
tardia, por cinco dias ou mais, sendo que esta fase diz respeito a destruição
do aparelho contrátil e necrose celular. Acredita-se que a troponina I ao
contrario da T não se eleva em pacientes com insuficiência renal, além disso é
mais especifica para a injuria miocárdica que a troponina T (ELIAS; SOUZA,
2013).
Assim
sendo, entre os inúmeros marcadores bioquímicos da injuria cardíaca as
troponinas cardíacas, em especifico a T e I, podem ser consideradas as mais
promissoras no diagnóstico de necrose miocárdica em virtude da sua elevada
especificidade e sensibilidade no que se trata de infarto agudo do miocárdio.
Entretanto de acordo com
Silva e Moresco (2011), atualmente as troponinas T e I são consideradas os
biomarcadores cardíacos mais confiáveis para o diagnostico e avaliação de risco
de infarto, devido a sua alta especificidade e sensibilidade para detectar
necrose miocárdica. Além disso, as troponinas tem sido poderosos preditores de
mortalidade e eventos isquêmicos recorrentes.
No entanto, através dos diversos marcadores cardíacos, em
especifico da mensuração das troponinas tem sido possível detectar necrose
cardíaca dentro de poucas horas, melhorando e facilitando o diagnostico precoce
de infarto agudo do miocárdio, em especial em pacientes com queixas de dor
torácica recente.
4.
Considerações
Finais
Através deste estudo bibliográfico pode-se perceber que
atualmente o diagnóstico de doenças cardiovasculares, em especifico, do infarto
agudo do miocárdio é muito eficiente, pois hoje em dia conta com diversos
aparelhos de alta tecnologia além de exames extremamente modernos e
específicos, como é o caso do diagnostico por meio de diversos marcadores
cardíacos (troponina, mioglobina, CK-MB, entre outros).
Ou
seja, a ciência biomédica tem sido considerada de suma importância no auxilio
do diagnostico rápido, eficaz e preciso de infarto agudo do miocárdio, por meio
dos exames que medem as alterações das enzimas e/ou proteínas cardíacas,
conhecidas como marcadores bioquímicos ou cardíacos.
Dentre os inúmeros marcadores bioquímicos as troponinas
cardíacas são consideradas as mais eficientes no diagnóstico de infarto agudo
do miocárdio, porque apresentam alta especificidade e sensibilidade, pois elas
podem detectar necrose cardíaca dentro de poucas horas.
Entretanto, após diversas pesquisas bibliográficas ate
mesmo de campo, vários autores descobriram que quando acontece o infarto agudo
do miocárdio, algumas células do tecido cardíaco são danificadas e com isso os
marcadores cardíacos são liberados e quando medidos por meio de exames
específicos encontram-se alterados no sistema sanguíneo.
Sendo assim, os marcadores cardíacos aqui mencionados
(CK-MB, Mioglobina e principalmente as Troponinas), em conjunto com os diversos
aparelhos tecnológicos, como exemplo o eletrocardiograma, podem em poucas horas
designar ao paciente o melhor diagnostico e principalmente um tratamento rápido
e especifico.
THE INFLUENCE OF CARDIAC MARKERS IN THE DIAGNOSIS AND
TREATMENT OF ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION
Abstrat: With the various technological advancements, together
scientific knowledge, there was an evolution of medicine with the biomedical
science, however modes of diagnosis and treatment of various diseases have
undergone a remarkable evolution. Example of this trend is the use of high-tech
gadgets and bodily substances in diagnosis, treatment and prevention of heart
disease. Thus, this research is aimed to investigate, through a literature
search and indirect character, like cardiac markers may aid in the diagnosis
and treatment of cardiovascular diseases, in particular in acute myocardial
infarction.
Keywords: Troponin,
Myoglobin; CK-MB; Acute Myocardial Infarction.
5.
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[1] Licenciada em Educação Física pela
Universidade Estadual de Goiás – UEG e graduanda de bacharel em Biomedicina
pelo Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Faculdade Alfredo Nasser – UNIFAN,
no semestre de 2013/2.
[2] Biomédico e Professor Universitário
do Instituto de Ciências da Saúde – ICS da Faculdade Alfredo Nasser Situada em
Aparecida de Goiânia – GO.
[3] “O peptídeo natriurético tipo B (BNP)
é um neurohormônio sintetizado predominantemente no ventrículo miocárdico e
liberado na circulação em resposta à dilatação ventricular e sobrecarga de
pressão na parede miocárdica, na ausência de necrose, precedendo a angina e as
alterações no segmento ST” (SILVA e MORESCO, 2011, p. 139).