VALVOPATIAS NO BRASIL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Valvopathies in Brazil: Literature Review
Cláuffer Luiz M. Silva
Fisioterapeuta, Mestrando
em Saúde Coletiva - UFF
claufferluiz@hotmail.com
Bruno Brondi
Biomédico
brunobrondi@hotmail.com
Diego Fonseca Vendemiatti
Biomédico
diego_vendemiatti@yahoo.com.br
Jeffchandler Belém de Oliveira
Biomédico, Especialista
em Circulação Extra Corpórea pela SBCEEC, Conselheiro do Instituto Nacional de
Biomedicina, Membro do Conselho Científico da Sociedade Brasileira de
Circulação Extra Corpórea.
jeff.aleron@gmail.com
RESUMO
Introdução:
Embora a prevalência da doença valvar seja menor do que outras doenças
cardíacas, ela representa uma enorme importância, visto os cuidados e
complicações que podem aparecer. No Brasil, a doença valvar representa uma
significativa parcela das internações por doença cardiovascular, estima-se que
30% das intervenções cirúrgicas cardíacas no país sejam associadas às sequelas
valvares da febre reumática. Objetivo:
Descrever o perfil das valvopatias no Brasil. Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico via Biblioteca
Virtual de Saúde (BVS), para a base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana
e do Caribe em Ciências da Saúde) utilizando os descritores: (“doenças das
valvas cardíacas” OR “cardiopatia reumática” OR “epidemiologia”) AND Brasil e
via Pubmed, para a base de dados MEDLINE ((Medical Literature Analysis and
Retrievel System Online) com os descritores (diseases of the heart valves OR
rheumatic heart diseases OR epidemiology) AND Brazil. Resultados: Apesar dos
avanços recentes, a epidemiologia de cirurgia cardíaca valvar no país ainda se
assemelha mais aos países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos. A
cirurgia valvar para doença cardíaca reumática ainda é realizada bem mais do
que para a doença degenerativa. Conclusão:
Apesar da prevalência das doenças valvares ser menor que as demais
doenças cardíacas, deve-se dar uma maior atenção à esse problema, visto que
trata-se não apenas de uma responsabilidade da saúde, mas sim uma questão de
ordem pública, visto que as precárias condições de saneamento básico, inflamam
e direcionam cada vez mais pacientes à esse problema de saúde designado
valvopatias.
Palavras-chave: doença das valvas cardíacas; cardiopatia reumática;
epidemiologia.
ABSTRACT
Introduction: Although the prevalence of valvular
disease is lower than other cardiac diseases, it is of great importance, since
the care and complications that may arise. In Brazil, valve disease represents
a significant portion of hospital admissions for cardiovascular disease, it is
estimated that 30% of cardiac surgeries in the country are associated with
valvular sequelae of rheumatic fever. Objective:
To describe the profile of valvular heart disease in Brazil. Methods: A literature via the Virtual
Health Library (VHL) was conducted for the base (Latin American and Caribbean
Literature on Health Sciences) LILACS using the following keywords:
("heart valve diseases" OR "rheumatic heart disease
"OR" epidemiology ") AND via Pubmed and Brazil, for the MEDLINE
database ((Medical Literature Analysis and retrievel Online System) with
descriptors (diseases of the heart valves OR rheumatic heart diseases
epidemiology OR) AND Brazil. Results:
Despite recent advances, the epidemiology of heart valve surgery in the country
still resembles more to developing countries than in developed countries Aortic
valve surgery for rheumatic heart disease is still accomplished far more than
for degenerative disease. Conclusions:
Spite of the prevalence valve disease be smaller than other heart disease,
should give greater attention to this problem, since it is not only a
responsibility of health, but a matter of public policy, since the poor
sanitary conditions basic, inflame and direct more and more patients to this
health problem called heart valve diseases.
Keywords: disease of the heart valves; rheumatic heart disease; epidemiology.
1. INTRODUÇÃO:
A epidemiologia da doença cardíaca valvar se
alterou drasticamente durante os anos, por um longo período a doença cardíaca
reumática era a principal causa de doença valvar antes da Segunda Guerra
Mundial (Ray, 2010; Rose, 1996).
A introdução de antibióticos e melhoria do acesso
aos cuidados de saúde contribuiram para redução
da incidência da doença cardíaca reumática nos países desenvolvidos na segunda
metade do século XX. Com o aumento da expectativa de vida, houve o aumentou da
prevalência de doenças valvares relacionadas a idade, agora a doença valvar
degenerativa é a mais comum nos países desenvolvidos (Soler-Soler, 2000), em contraste a doença cardíaca reumática
permanece a principal causa de doença valvar em países em desenvolvimento (Iung, 2011).
Dentre outras possíveis causas, destacam-se a congênita, doenças
infiltrativas (mucopolissacaridoses), lúpus eritematoso sistêmico, artrite
reumatóide e estados serotoninérgicos - síndrome carcinóide. (BONOW et al., 2008; CHANDRASHERKHAR, 2009)
Atualmente,
há também um aumento de pacientes portadores de miocardiopatias (isquêmica,
hipertensiva, alcoólica, por drogas etc.) nos quais há insuficiência mitral
secundária, mas não menos importante. Também há aumento de pacientes portadores
de valvopatias com comorbidades graves, com limitação para avaliação e
indicação de tratamento intervencionista, como os portadores de neoplasia em
radioterapia e/ou quimioterapia, entre outros (Tarasoutchi, 2011).
No Brasil, a doença valvar
representa uma significativa parcela das internações por doença cardiovascular,
estima-se que 30% das intervenções cirúrgicas cardíacas no país sejam
associadas a seqüelas valvares da febre reumática (Goldman, 2009).
A justificativa
para o estudo é que, embora a prevalência da doença valvar seja menor do que
outras doenças cardíacas, ainda hoje é uma das principais fontes de assistência
médica e consumo de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa forma, a
abordagem do tema permitirá uma melhor compreensão do perfil epidemiológico da
doença, possibilitando o direcionamento correto de ações de controle da mesma.
Dessa forma, o objetivo do
presente estudo foi descrever o perfil das valvopatias no Brasil por meio da
revisão de artigos publicados no LILACS e Medline.
2. METODOLOGIA
O levantamento bibliográfico foi realizado via Biblioteca Virtual de
Saúde (BVS), para a base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde) e via Pubmed, para a base de dados MEDLINE ((Medical
Literature Analysis and Retrievel System Online). Foram identificados artigos
completos e originais, em idioma português, inglês ou espanhol, que tivessem
sido realizados em território brasileiro, publicados nos últimos 10 anos (2003-2013),
para refletir a produção mais recente sobre o tema. Excluíram-se dissertações,
teses, revisões de literatura e editoriais. Listas de referência de artigos e comentários selecionados também foram
examinados para artigos mais relevantes.
Na base de dados LILACS foram utilizado os descritores: (“doenças das
valvas cardíacas” OR “cardiopatia reumática” OR “epidemiologia”) AND Brasil,
presentes no resumo do texto ou no assunto, conforme sugere o DeCs –Descritores
em Ciências da Saúde. Também foi
realizada a busca por estados brasileiros, para aumentar a sensibilidade da
busca. Já na base de dados MEDLINE, os descritores utilizados foram (diseases
of the heart valves OR rheumatic heart diseases OR epidemiology) AND Brazil.
Após a busca com os descritores
surgiram 70 artigos na base de dados MedLine, 12 da LiLacs. Excluindo-se as
duplicidades entre as bases de dados, totalizaram-se 77 artigos para a leitura
de seus títulos. Destes, 37 trabalhos foram excluídos por não fazerem
referência ao tema em seus resumos, em seguida foram apreciados 40 trabalhos na
íntegra para verificação de adequação ao tema proposto; 30 artigos foram
excluídos por não conterem dados epidemiológicos durante o texto.
Neste momento
também foi realizada uma busca secundária das referências bibliográficas dos
artigos inicialmente selecionados para identificação de outras possíveis
referências não captadas pela busca inicial.
A partir desta nova busca, foram identificados 02 novos artigos
compatíveis com a temática proposta, resultando no total de 12 artigos.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1
PERFIL EPIDEMIOLOGICO
No Brasil,
a doença valvar representa uma significativa parcela das internações por doença
cardiovascular. Diferentemente de países mais desenvolvidos, a febre reumática é a principal etiologia
das valvopatias no território brasileiro, responde por até 70% dos casos (Tarasoutchi,
2011). É responsável por significativa morbidade e mortalidade, sendo a
causa de 90% das cirurgias
cardíacas em crianças e mais de 30%
das cirurgias cardíacas em adultos
jovens (Gheorghiade &
Braunwald, 2012). Estudos realizados na
população de escolares em algumas capitais brasileiras estimaram a prevalência
de doença cardíaca reumática entre 1 e 7 casos/1.000, enquanto nos Estados
Unidos a prevalência está entre 0,1 e 0,4 casos/1.000 escolares (Meira et al., 2005;
Huffman & Bonow, 2009).
Esta
informação deve ser valorizada ao aplicar dados de estudos internacionais nessa
população, tendo em vista que os doentes reumáticos apresentam média etária
menor (Tarasoutchi, 2011).
Há anualmente 2.200 internações por
febre reumática e é
possível estimar que durante o
ano 73.000 pacientes apresentem
a doença. Se aceitarmos que 30% dos pacientes com febre reumática desenvolverá seqüelas valvar, teremos
21.900 novos casos de doença
cardíaca reumática anualmente (Meira, 2005).
De acordo com
Bocchi (2013), no Brasil atualmente não existem programas específicos para a prevenção ou o diagnóstico precoce de febre reumática. Além disso, a maioria dos médicos fora dos grandes centros não são
suficientemente treinados e não
têm acesso a exames para o diagnóstico, como
consequência, a maioria destes
pacientes necessitam de cirurgia cardíaca
devido o diagnóstico tardio (Bocchi, 2013).
Considerando que o Brasil não conseguirá erradicar a
cardiopatia valvar reumática em curto prazo, as próximas décadas serão de uma
nova realidade para a população brasileira que, ao mesmo tempo em que se
aproxima da observação em países do primeiro mundo - aumento progressivo da
média etária dos pacientes e da etiopatogenia degenerativa (IUNG, 2011; Supino, 2006).
Alguns
dados epidemiológicos emergentes vêm mudando a forma de apresentação de
pacientes com doenças valvares. A população geriátrica, cada vez mais freqüente
nas unidades de internação e consultórios, apresenta índices elevados de
calcificação e disfunção valvar. Conforme Tarasoutchi (2011) em geral, os idosos realizam poucas atividades
físicas ou são sedentários, sendo comuns achados sugestivos de lesões valvares
importantes em indivíduos assintomáticos ou oligossintomáticos.
3.2 CARACTERÍSTICAS DAS valvopatias
As Valvopatias ou doença
cardíaca valvar podem ser estenótica, quando a abertura da valva se torna estreita limitando a quantidade de sangue bombeado para o resto do
corpo, insuficiente ou regurgitante quando não se fecha completamente, fazendo com que o sangue flua para trás ao invés de somente para
frente (Nkomo et al., 2006).
A valvopatia mitral reumática mais comum é a dupla disfunção não
balanceada (insuficiência e estenose em diferentes estágios de evolução)
manifestada entre a 2ª e a 5ª décadas de vida. Caracteristicamente, a
insuficiência mitral corresponde à lesão aguda, enquanto a estenose, às lesões
crônicas; entretanto, é possível que pacientes apresentem graus variados de
estenose e insuficiência mitral. O Prolapso da Valva Mitral, no Brasil, é a
segunda causa de insuficiência mitral, cuja evolução é dependente da
intensidade do prolapso e tem idade média de apresentação em torno de 50 anos (Flack et al., 1999).
Segundo Summers et al.(1998), a valvopatia aórtica tem apresentação bimodal, e nos indivíduos jovens
destacam-se a etiologia reumática e a doença congênita bicúspide, enquanto nos
idosos prevalece a doença aórtica senil calcífica, que está associada aos
fatores de risco tradicionais para aterosclerose (dislipidemia, tabagismo e
hipertensão arterial).
Bonow et al.
(2008) caracteriza a Estenose
Mitral pela resistência ao fluxo sanguíneo transmitral em razão do
espessamento e da imobilidade dos folhetos valvares, decorrendo
fundamentalmente de seqüela reumática.
Os principais achados anatomopatológicos da estenose
mitral consistem no espessamento dos folhetos valvares, áreas de calcificação,
fusão comissural e encurtamento de cordoalhas (Selzer, 1972).
Na Estenose Aórtica Valvar ocorre a
obstrução da via de saída do VE pela calcificação das estruturas valvares,
associada ou não à fusão das válvulas da valva aórtica (Freeman & Otto, 2005).
A Estenose Tricúspide é uma valvopatia
rara, na maioria dos casos, a apresentação ocorre na forma de dupla lesão, com
graus variados de insuficiência. Outra característica é a associação freqüente
com valvopatia mitral (Hauck, 1988; Daniels et al., 1983).
3.3
Valvopatias insuficiente ou regurgitante:
De acordo com Tarasoutchi (2011) a Insuficiência Mitral é caracterizada pela regurgitação sanguínea
para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Pode ser decorrente de
anormalidades em diferentes locais do aparato valvar, tais como folhetos,
ânulo, cordas tendíneas e músculos papilares. Etiologicamente, a insuficiência
mitral pode ser classificada em primária (resultante de deformidade estrutural
valvar) ou secundária, quando relacionada a outra doença cardíaca.
Na Insuficiência
Aórtica existe um refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo durante a
diástole ventricular, devido a uma incompetência do mecanismo de fechamento
valvar aórtico (Alpert, 2000; Gaudino,
2011).
3.4
TRATAMENTO PARA VALVOPATIAS
Segundo
Khot (2003); Moss (2005) o tratamento para as
valvopatias pode ser através de fármacos específicos ou através de tratamento intervencionista de
reconstrução por
plástica, substituição da valva por prótese com preservação parcial ou total
das estruturas subvalvares ou substituição por prótese com remoção do aparelho
valvar ().
As próteses podem ser mecânicas ou
biológicas. As biológicas podem ser heterólogas (bovina ou porcina), homólogas
ou correspondentes ao transplante autólogo da valva pulmonar para a posição da
valva aórtica (cirurgia de Ross). As próteses de modo comum mais utilizada são
as próteses biológicas heterólogas e mecânicas, cujo uso está bem estabelecido
e padronizado (Tarasoutchi, 2011).
Para
Tarasoutchi (2011) as próteses biológicas se caracterizam pela baixa trombogenicidade, baixa turbulência
em razão do seu fluxo central, boa hemodinâmica, facilidade de implante e ausência
de ruído. As limitações das biopróteses estão relacionadas à sua durabilidade,
especialmente ligada à ruptura e à calcificação, o que condiciona os pacientes
a reoperações, com os seus custos e riscos associados.
Já as próteses
mecânicas apresentam risco de trombose, tromoembolismo e hemorragias pelo uso
obrigatório e contínuo dos anticoagulantes orais. As próteses mecânicas de
duplo folheto apresentam boas características hemodinâmicas, baixo perfil de
trombogenicidade e excelente durabilidade, sendo atualmente as mais utilizadas
em pacientes com idade inferior a 65 anos (Tarasoutchi, 2011).
4. CONCLUSÃO
O estudo mostrou que o país
vem sofrendo grandes mudanças no seu perfil socioeconomico, redução dos níveis
de pobreza através de incentivos do Governo Federal com implantação de
programas de tranferência de renda condicionada (Bolsa Família), melhorias na
habitação através do Minha Casa Minha Vida, melhorias em saneamento básico e
educação são alguns determinantes que contribuiram para essa modificação no
perfil dos pacientes com valvopatias.
Como a população brasileira passa por um período rápido de envelhecimento
devido a significativa redução da taxa de fecundidade e aumento da expectativa
de vida ao nascer a tendência é que haja um aumento de cirurgia para doença
valvar degenerativa nos próximos anos.
Apesar dos avanços recentes, a
epidemiologia de cirurgia cardíaca valvar no país ainda se assemelha mais aos
países em desenvolvimento do que nos países desenvolvidos. A cirurgia valvar
para doença cardíaca reumática ainda é realizada bem mais do que para a doença
degenerativa.
Dessa forma a revisão mostra
que o país sofrerá grandes alterações no perfil dos pacientes submetidos a
cirurgia valvar ao longo dos anos, e que a desigualdade social ainda é o
principal determinante para o desenvolvimento da valvopatia e que ações
integradas para reduzir a desigualdade social são necessárias.
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1-
Alpert J.S. Acute aortic insufficiency. In:
Alpert J.S, Dalen J.E, Rahimtoola S.H.
(eds.). Valvular heart disease. 3rd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2000.p.269-89.
2-
Bonow
R.O, Carabello B.A, Chatterjee K, de Leon A.C.J.r, Faxon D.P, Freed M.D. Focused update incorporated
into the ACC/AHA 2006 guidelines for the management of patients with valvular
heart disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart
Association Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Revise the
1998 Guidelines for the Management of Patients With Valvular Heart Disease):
endorsed by the Society of Cardiovascular Anesthesiologists, Society for
Cardiovascular Angiography and Interventions, and Society of Thoracic Surgeons.
Circulation. 2008;118(15):e523-661.
3-
Chandrashekhar
Y, Westaby S, Narula J. Mitral stenosis. Lancet. 2009;374(9697):1271-83.
4-
Costa L.P,
Domiciano D.S, Pereira R.M.R. Características
demográficas, clínicas, laboratoriais e radiológicas da febre reumática no
Brasil: revisão sistemática. Rev
Bras Reumatol. 2009;49(5):606-16.
5-
Cotran R.S,
Kumar V, Robbins S.L. Patologia: bases
patológicas das doenças. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier;2005. p.618-26.
6-
Daniels
S.J, Mintz G.S, Kotler M.N. Rheumatic tricuspid valve disease: two-dimensional
echocardiographic, hemodynamic, and angiographic correlations. Am J Cardiol. 1983;51(3):492-6.
7-
Flack
J.M, Kvasnicka J.H, Gardin J.M, Gidding S.S, Manolio T.A, Jacobs D.R Jr. Anthropometric and physiologic
correlates of mitral valve prolapse in a biethnic cohort of young adults: the
CARDIA study. Am Heart J. 1999;138(3Pt1):486-92.
8-
Fontes R.D, Salerno H.D, Hijo A.V, Najjar A,
Scala L.C, Farah M.C, et al. Remodelação cirúrgica da valva aórtica. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2001;16(3):212-7.
9-
Freeman R.V, Otto C.M. Spectrum of calcific aortic valve disease: pathogenesis, disease
progression, and treatment strategies. Circulation. 2005;111(24):3316-26.
10- Gaudino M, Anselmi A, Glieca F,
Tsiopoulos V, Pragliola C, Morelli M, et al. Contemporary results for isolated aortic valve
surgery.
Thorac Cardiovasc Surg. 2011;59(4):229-32.
11- Gheorghiade
M, Braunwald E. Hospitalizations for heart failure in the
United States-a sign of hope. JAMA 2011;306:1705-6. Erratum in: JAMA 2012; 307:563.
12-
Goldman L, Ausiello D. Cecil Medicina. 23ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier; 2009.p.612-26.
13-
Gómez-Doblas J.J. Valvulopatías em la mujer: diferencias de sexo em Espana. Rev Esp
Cardiol. 2008; 8 (Supl.): 42D-48D.
14- Hauck A.J, Freeman D.P, Ackermann D.M,
Danielson G.K, Edwards W.D. Surgical pathology of the tricuspid valve: a study of 363 cases
spanning 25 years. Mayo Clin Proc. 1988;63(9):851-63.
15- Huffman
M.D, Bonow R.O. Clinical practice guidelines
and scientific evidence. JAMA. 2009; 302(2):144-5.
16- Iung B,
Vahanian A. Epidemiology of valvular heart disease in
the adult. Nat Rev Cardiol. 2011; 8: 162–172.
17- Khot U.N, Novaro G.M, Popović Z.B, Mills R.M,
Thomas J.D, Tuzcu E.M, et al. Nitroprusside in critically ill patients with left ventricular
dysfunction and aortic stenosis. N Engl J Med. 2003;348(18):1756-63.
18- Kuntz R.E, Tosteson A.N, Berman A.D, Goldman
L, Gordon P.C, Leonard B.M, et al. Predictors of event-free survival after
balloon aortic valvuloplasty. N Engl J Med. 1991;325(1):17-23.
19- Kvidal P, Bergstrom R, Horte L.G, Stahle E. Observed and relative survival
after aortic valve replacement. J Am Coll Cardiol. 2000;35(3):747-56.
20-
Meira Z.M,
Goulart E.M, Colosimo E.A, Mota C.C. Long term follow up of rheumatic fever and
predictors of severe rheumatic valvar disease in Brazilian children and
adolescents. Heart. 2005; 91(8):1019-22.
21-
Ministério
da Saúde. Coordenação de doenças crônico degenerativas. Incidência da Febre Reumática no Brasil.
Ministério da Saúde: Brasília, 2003.
22-
Moss
R.R, Humphries K.H, Gao M, Thompson C.R, Abel J.G, Fradet G, et al. Outcome of mitral valve repair or replacement: a comparison by propensity score analysis. Circulation.
2003;108(Suppl 1):II90-7.
23-
Nkomo V.T, Gardin J.M, Skelton T.N, et al. Burden of valvular diseases: a
population-based study. The Lancet Online. 18 de agosto
de 2006; Vol 368; pp 1005-1011.
24-
Otto
C.M, Bonow R.O. Valvular
heart disease. In: Libby P, Bonow R.O,
Mann D.L, Zipes D.P. (eds.). Braunwald’s heart disease: a textbook of
cardiovascular medicine. 8th ed. Philadelphia:
Saunders/ Elsevier; 2008.p.1625-712.
25- Otto C.M,
Lind B.K, Kitzman D.W,
et al. Association of aortic valve
esclerosis with cardiovascular mortality and morbidity in the elderly. N
Engl J Med. 1999; 341:142.
26- Ray S. History of valvular heart disease. Clin Med. 2010; 10: 168–171.
27- Rose A.G
Etiology of Valvular Heart Disease. Curr Opin Cardiol. 1996; 11:98–113.
28- Schwartz
J.B, Zipes D.P. Cardiovascular disease in the
elderly. In: Libby P, Bonow R.O,
Mann D.L, Zipes D.P. (eds.). Braunwald’s heart disease: a textbook of
cardiovascular medicine. 8th ed. Philadelphia, PA: Saunders/ Elsevier; 2008.p.1923-53.
29- Schwarz F, Baumann P, Manthey J, Hoffmann M,
Schuler G, Mehmel H.C, et al. The effect of aortic valve replacement on survival. Circulation.
1982;66(5):1105-10.
30- Selzer A, Cohn K.E.
Natural history of mitral stenosis: a
review. Circulation. 1972;45(4):878-90.
31- Singh J,
Evans J, Levy D, et al.
Prevalence and clinical determinants of
mitral, tricuspid, and aortic regurgitation. Am J Cardiol. 1999;83:897.
32- Soler-Soler
J, Galve E; Worldwide perspective of valve disease.
Heart. 2000; 83:721–725.
33- Supino P.G, Borer J.S,
Preibisz J, Bornstein A. The epidemiology of valvular heart disease:
a growing public health problem. Heart Fail Clin. 2006; 2 (4): 379-93.
34- Summers R.M, Andrasko-Bourgeois J,
Feuerstein I.M, Hill S.C, Jones E.C, Busse M.K,
et al. Evaluation of the aortic root by
MRI: insights from patients with homozygous familial hypercholesterolemia. Circulation.
1998;98(6):509-18.
35- Tarasoutchi F, Montera M.W, Grinberg M,
Barbosa M.R, Piñeiro D.J, Sánchez C.R.M, Barbosa M.M
et al. Diretriz Brasileira de Valvopatias - SBC 2011 / I
Diretriz Interamericana de Valvopatias - SIAC 2011. Arq Bras Cardiol.
2011; 97(5 supl. 1): 1-67