Sistemas de Compensação equilíbrio ácido básico
Se o distúrbio
ácido-básico for acidose respiratória, ele é compensado por uma alta excreção
renal de H+ e, com isso, reabsorção de bicarbonato renal para o sangue, onde
ele tampona o excesso de H+. Se for acidose metabólica, a compensação se dá
pelo sistema respiratório (hiperventilação).
Na alcalose
respiratória, ocorre uma compensação renal através de pouca excreção de H+, que
fica na corrente sangüínea e tampona o excesso de bicarbonato. E a alcalose
metabólica é compensada por hipoventilação - ou espirometria em circuito
fechado (respirar num saco de papel).
É importante
ressaltar que, quando há “excesso” de compensação, cria-se um novo distúrbio
ácido-básico, oposto ao que o indivíduo tinha (ex: para compensar uma acidose
metabólica, a pessoa respira demasiadamente rápido e inúmeras vezes, consumindo
tanto H+ que começa a haver um excesso de bicarbonato na corrente sangüínea, e
o quadro passa a ser alcalose de causa respiratória).
Além disso, a
compensação respiratória é sempre bem mais rápida do que pelos túbulos renais
(metabólica). Observe o quadro abaixo:
Para tratar uma
acidose respiratória, é preciso aumentar a ventilação pulmonar, usando
ventilação mecânica, por exemplo. O uso de bases, como bicarbonato de sódio, é recomendado
apenas em acidoses extremamente severas.
Numa alcalose respiratória, especialmente se acompanhada de
tetania, é preciso aumentar a quantidade de dióxido de carbono através da
inalação de ar exalado (“viciado”).
No caso de uma
acidose metabólica, administra-se bicarbonato, geralmente de sódio, ou lactato
de sódio. O lactato é metabolizado pelo fígado em bicarbonato. Portanto, se o
paciente apresenta deficiências hepáticas, não se deve administrar lactatos. No
caso de cetoacidose diabética, a administração de insulina é o suficiente para
reverter esse quadro.
Por último, no
caso de uma alcalose metabólica (exceto nos casos de depleção de potássio),
deve ser administrado H+, na forma de ácido clorídrico ou cloreto de amônio. O
NH4Cl é metabolizado em HCl pelo fígado. Logo, não se deve utilizar NH4Cl para
tratar pacientes com alcaloses metabólicas e deficiências hepáticas.