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2011/05/25

REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA "ponte safena" "ponte mamaria" "ponte radial"

O coração funciona como uma bomba hidraúlica de paredes musculares, cuja finalidade é impulsionar o sangue oxigenado vindo dos pulmões para toda a circulação.
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Para exercer essa função, é preciso que a musculatura do coração se contraia sucessivamente e regularmente. A nutrição dessa musculatura, chamada de miocárdio, chega através das artérias coronarianas, que são os primeiros ramos da aorta, o principal vaso que nasce diretamente do coração.
Quando há acumulo de placas gordurosas na parede destas artérias, a sua luz é reduzida e consequentemente o fluxo de sangue também, causando a falta de oxigênio necessário para o trabalho de contração.
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Esse processo é chamado de isquemia miocárdica e seu tratamento é dividido, conforme sua particularidade, em tratamento clínico ou cirúrgico e muitas vezes em ambos. Quando são implantados enxertos ( Pontes de Safena, Mamaria ou Radial conforme a origem dos mesmos), criando novos caminhos de irrigação do coração, estamos realizando a cirurgia de Revascularização do Miocárdio.
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Quando é indicada a cirurgia e quais são seus riscos ?

As principais arterias do coração são a coronaria direita que nutre a parede inferior do coração e as artérias descendente anterior, circunflexa, diagonalis e marginais, que são ramificações da coronaria esquerda e que nutrem a maior parte do coração. A identificação de uma ou mais obstrução importante, acima de 60 % de redução da luz do vaso, recomenda a instituição de alguma forma de tratamento.
A indicação da cirurgia depende, em grande parte, do numero e das características das lesões existentes, assim como do estado que se encontra o funcionamento do coração. Portanto o objetivo principal da cirurgia é preservar o muscúlo sadio e tentar recuperar o máximo da parte em sofrimento.
A cirurgia realizada em ambientes adequados e na mão de cirurgiões experientes, tem um risco muito pequeno de complicações. Essas complicações em geral, dependem muito da cirurgia ter sido realizada em caráter de urgência ou emergência, de compromentimento muito grande do musculo do coração e de antecedentes de infartos ou descuidos na prevenção dos fatores de risco.
É bom lembrar, que o tratamento clínico é a prioridade inicial do tratamento, seguido pela Angioplastia Transluminal e por último a Cirurgia de Revascularização Miocárdica. Os especialistas em cardiologia, decidem tais ações em reunião de junta médica com colegas do da Clínica Médica, da Cardiologia Clínica e da UTI, de forma a reduzirem o máximo os riscos previsíveis de uma cirurgia. O tratamento cirúrgico é uma etapa do tratamento geral que não dispensa a prevenção ou a suspensão de outras formas de tratamento, isso porque a cirurgia não cura a deposição de placas nas artérias, apenas é um mecanismo complementar de proteção do coração.
O preparo e a técnica da Cirurgia de Revascularização
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Exames pré-operatórios, comunicação com o Banco de Sangue, avisos cirúrgicos, fazem parte de um trabalho de equipe que supervisionará o paciente 24 horas durante um período médio de 10 dias.
A anestesia é geral e realizada com intubação traqueal para facilitar o controle respiratório. Após o termino da cirurgia, esse tubo é mantido durante as primeiras horas de recuperação na UTI. O paciente não sente dor, apenas alguns desconfortos perfeitamente suportáveis. A consciencia é recuperada gradativamente e a alta da UTI é dada entre 24 a 36 horas para o inicio da recuperação no quarto.
Uma incisão a nivel do torax é feita para acessar as artérias do coração. Em geral, uma técnica especial, permite a instalação de circulação extra-corpórea que substitue temporariamente a função do coração em circular o sangue pelo corpo. Uma vez, visualizadas as artérias, há um exame minucioso delas, sendo escolhido os enxertos e os locais de implantação. Esses enxertos são vasos superficiais retirados de um das pernas ( a veia safena) e daí o nome de "ponte safena" ou através de deslocamento de uma artéria chamada de mamária interna que fica na região do torax.
Outra opção é a arteria radial do braço. Essa escolha depende muito do corpo do paciente e de suas características biológicas de peso, idade, localização, etc... A utilização dessas veias e artérias para a cirurgia, não acarretam problemas maiores para os outros membros. A cirurgia leva em média de quatro a oito horas, dependendo da complexidade das técnicas e não da gravidade da cirurgia.


Cuidados e Recomendações após a Cirurgia


O paciente permanece internado, após sua alta da UTI por cinco a dez dias, para que seja cuidadosamente controlado. Qualquer sintoma que apareça durante o período de internação deve ser logo comunicado ao médico. Neste período, são realizados, de rotina, alguns exames especializados e administrados medicamentos. Após a cirurgia, os pacientes tratados apresentam expressiva melhora dos sintomas anteriormente relatados, inclusive, aqueles que não tinham sintomas e a obstrução foi descoberta por acaso em exames de rotina, apresentam também melhoria nos padrões desses mesmos exames.
A maioria das pessoas tem condições de retornar progressivamente a sua atividade física habitual. No período que você estiver internado, você será orientado diariamente sobre como cuidar do curativo, fazer exercícios respiratórios, a quantidade de caminhadas pelo Hospital e assim por diante. Nos dez primeiros em casa, aja como se estivesse no Hospital.
Caminhe dentro de casa e, se tiver escada, você pode subir e descer uma vez ao dia. Após esses dez dias, comece a caminhar em lugares planos o quanto aguentar, de inicio. Depois aumente gradativamente a caminhada à medida que se sentir bem. A caminhada precisa ser constatnte e regular. Evite atividades extenuantes, tais como carregar pesos, malas, crianças. Evite esforços pós as refeições. Ler, ouvir música também são atividades recomendadas.
Entretanto, devido as particularidades de cada caso, a volta ao trabalho e aos esforços físicos variados, inclusive relações sexuais, devem se dar na época recomendada por seu médico. Nas incisões cirúrgicas frequentemente podem ocorrer queimação, formigamento e até coceira. Essas reações se resolvem espontaneamente. Caso haja secreção ou abertura da cicatriz, procure o médico para orientação. A elevação das pernas ajuda a resolver o inchaço da perna operada.
O uso da meia eslástica também é um grande recurso. O osso esternal foi firmemente fixado durante a operação, porém levará cerca de dois meses para sua completa consolidação. Nesse período, seja cuidado, evitando qualquer trauma em seu tórax, procurando manter boa postura torácica. Não tome sol diretamente na cicatriz durante um mês.
Seus quinze primeiros dias em casa deverão ser tão tranquilos quanto possível. É prudente restringir telefonemas e visitas em excesso, locais de aglomerações como cinemas e teatros. Você retornará ao seu trabalho gradativamente, em meio período inicialmente. É preciso dormir em média 8 horas por noite, organizar os horários de alimentação, evitar viagens prolongadas que se estendem além de duas horas, e não sendo possível, é aconselhavél interromper o trajeto periodicamente para descanso. Dirigir somente após dois meses da alta hospitalar, isso porque os reflexos ainda estarão lentos. A suspensão do café, alcool e principalmente fumo fazem parte da sua recuperação.
Lembre-se o stress é seu maior inimigo. Veja a vida com otimismo, afinal o sorriso é um santo remedio para o coração.
Agradecimentos ao Drº Duílio Rezende Cirurgião Cardiovascular Equipe CIRURCOR (062) 3932 3880 Goiânia GO